Zé Ramalho - Antologia Acústica (1997)


Artista: Zé Ramalho
Disco: Antologia Acústica
Ano: 1997
Esta edição: 1997 (Edição original)
Gravadora: BMG
Estilo: Folk, MPB
Tempo total: 43:47 + 41:00
Formato: MP3 320k (+ scans)

Faixas:
CD 1
01. Avôhai - 5:14
02. Chão De Giz - 4:31
03. Beira-Mar - 4:19
04. Vila Do Sossego - 3:30
05. Canção Agalopada - 4:15
06. A Terceira Lâmina - 3:51
07. Eternas Ondas - 3:58
08. Garoto De Aluguel - 5:12
09. Táxi Lunar - 3:56
10. Kriptônia - 4:55
CD 2
01. Frevo Mulher - 4:39
02. Banquete De Signos - 3:43
03. Força Verde - 3:26
04. Admirável Gado Novo - 5:05
05. Galope Rasante - 3:56
06. Bicho De 7 Cabeças (Instrumental) - 4:21
07. Mulher Nova, Bonita E Carinhosa, Faz O Homem Gemer Sem Sentir Dor - 3:53
08. Pepitas De Fogo - 3:10
09. Jardim Das Acácias II - 4:57
10. Batendo Na Porta Do Céu (Knockin' On Heaven's Door) - 3:46

Um pouco da história:

Apresentação do disco por Zé Ramalho

Este disco é a minha redenção. Um Phoenix que renasce das próprias cinzas. As músicas se consagraram novamente, depois dessa revisão. Elas ganharam nova dimensão com esta estética e formato. Foram redescobertas por uma geração jovem, que se identificou com esta mistura de nordeste, MPB e POP. Foi uma forma de comemorar meus 20 anos de carreira, através de uma visão simples do que eu já havia feito de expressivo. Foi muito mais além! Tornei – me um super vendedor de discos ao atingir a marca de 700.000 cópias vendidas. É um sucesso, que já tinha sido e tornou – se novamente.


Texto de Zuza Homem de Mello
Abril 1997


Certamente o mais original personagem da geração dos músicos nordestinos que despontaram nacionalmente na década de 70, Zé Ramalho é também um dos artistas mais identificados com a juventude brasileira dos anos 90. Autor de uma obra essencialmente surrealista que funde o rock com o repente, Zé Ramalho tem um imenso poder de transmissão com sua inconfundível voz cavernosa de fascinante declamador, complementada ao vivo por sua messiânica figura esguia e macilenta.

Desconsiderando as gravações regionais na extinta Rozenblit de Recife, Zê Ramalho comemora 20 anos de carreira, pois seu primeiro disco de caráter nacional é de 1977. Este valioso álbum duplo contém reinterpretações mais amadurecidas das músicas que representam a nata do que já compôs até agora. O estilo de Zé Ramalho enfoca o universo do absurdo, do apocalipse e da contradição, abrangendo ainda a emergente tendência literária de nossos tempos, o esoterismo. Suas melodias, com alguns interlúdios e refrões sedutores, são criadas sobre os mais autênticos ritmos nordestinos, frevo, forró e a mistura de ambos, que gerou sua criação mais dançante, o irresistível agalopado. Paralelamente, a obra de Zé Ramalho deriva, ora para modalidades dos cantadores e repentistas, ora para o rock, onde as figuras de Renato e Seus Blue Caps (no Brasil) e Bob Dylan exercem, cada um a seu modo, uma influência própria.

Um nordestino desnorteador, Zé Ramalho provoca invariavelmente um acontecimento com suas aparições no cenário musical brasileiro. Simboliza um visionário solene e mágico, causador de fecunda sensação em duas diferentes gerações da juventude brasileira. É o verdadeiro Cavaleiro da arte nordestina. Uma antologia da obra de Zé Ramalho merece também uma análise mais detida sobre cada uma das 20 canções e sua trajetória.

Avôhai!
O começo de tudo foi esta canção, que abriu as portas do sucesso nacional para Zé Ramalho. Nesta versão acústica, ela teve a harmonia alterada e foi transformada num baião hindu, destacando as cítaras indianas, que têm uma intrigante relação de afinação com a viola, dos repentistas, insistindo na mesma nota. Foi no álbum Paebirú (gravadora Mocambo, 1974), ainda em Pernambuco, que Zé, Geraldo Azevedo, Robertinho de Recife e Alceu detectaram essa ponte entre o interior do Nordeste e o Oriente. Por outro lado, existe uma saudação de origem fenícia, ADONAI, muito utilizada como mantra, donde a lógica desse suporte rítmico hindu, que inclui exóticos tambores marroquinos e jarros. Zé afirma que essa foi a única música efetivamente psicografada em seus 20 anos de carreira. Sua letra longa e sem repetições surgiu de uma só vez, mal tendo o autor tempo de escrever o que lhe vinha à mente, ao mesmo tempo em que uma voz lhe soprava ao ouvido AVÔHAI! AVÔHAI! (AVÔ e PAI). Há citações de martelos agalopados, de cocos, emboladas, ensinadas pelo avô que o criou, desde que ficou órfão aos 9 anos. A forma de declamação de Zé Ramalho permanece como uma marca de sua personalidade artística, um dos trunfos em que ele é imbatível.

Chão de Giz
Na gravação original desta canção, em 1977, o coro incluía Elba Ramalho, que a consagrou em definitivo com sua emocionada versão no disco Leão do Norte do ano passado. Zé optou por uma forma bem intimista com a valiosa interpretação ao violão-solo de Roberto Frejat. Essa música foi provocada por uma dessas paixões avassaladoras, platônicas e impossíveis, pois a musa inspiradora era uma mulher casada com um industrial, ainda em João Pessoa. Segundo o escritor e jornalista José Nêumane Pinto, paraibano e profundo conhecedor da obra de Zé Ramalho, ela poderia ter sido perfeitamente escrita por Bob Dylan, como 2 primos que praticam a mesma linha musical.

Pessoalmente, vejo essa canção com um toque de blues, tal o grau de tensão criado pela constante busca da tônica. O ápice dessa tensão se dá na melodia da palavra amiúde e mais adiante, Freud explica. Uma obra-prima.

Beira-Mar
Um dos mais extensos versos das várias modalidades de cantoria de viola é o alexandrino dos galopes à beira mar: deve ter 12 sílabas tônicas em cada uma das 10 linhas que compõem uma estrofe. Há ainda duas obrigatoriedades, a das rimas e a temática, de se abordar mistérios e belezas do mar, além de terminar cada estrofe com a expressão beira do mar. Tudo acaba na beira do mar, onde as forças da natureza se encontram: a água, a terra, o vento e o calor do sol. São 4 elementos que aproximam muito a obra de raízes nordestinas de Zé Ramalho à natureza e ao misticismo. O suporte de balão à orquestra de cordas, nesta faixa que mostra a intimidade do autor, com o rigor das rimas e modalidades dos versos de repentistas e violeiros, emprestam um caráter sinfônico à cultura nordestina. Ao final, o maracatu é uma referencia ao ritmo pernambucano.

Vila do Sossego
Também fazia parte do seu primeiro disco e nasceu de um dos vários retornos a João Pessoa nos anos 70, quando tentava sua carreira no Rio, com idas e vindas entre Sul e Nordeste. Alugou uma casa na praia de Maraíra, onde afixou uma placa: VILA DO SOSSEGO. A cultura hippie pairava no ar e a casa passou a ser frequentada por artistas, violeiros e cantadores, cujas noitadas e farras inspiraram uma grande produtividade de Zé Ramalho. Foi também um período de muita leitura de autores como Saint-Exupéry, que no livro Piloto de Guerra, inspirou o verso "nos aviões que vomitavam pára-quedas". As palavras com final idêntico rimado são típicas nos repentes e remetem a outras duas leituras fundamentais dessa época em sua vida: as antologias poéticas de Vinícius de Moraes e Drummond. Este, como se sabe, adorava violeiros e repentistas.

Canção Agalopada
Foi feita em outra modalidade dos repentistas, o martelo-agalopado de 10 sílabas em 10 linhas. Era a faixa de abertura do disco Terceira Lâmina, e foi baseada em versos do libreto de cordel, Apocalypse, de Zé Ramalho, editado em 1977. A temática, de sua grande intimidade em vista das leituras da Bíblia, focaliza, mais do que os conceitos, a riqueza das imagens. Nesta antologia, ela é ainda mais ressaltada com o clima de filme western, obtido com as atraentes intervenções do gaitista Milton Guedes. Essa mesma música tem sido também gravada em versão bem mais pesada por grupos pop, certamente atraídos pela sua letra profética.

A Terceira Lamina
É o título de seu disco lançado em 1981, que mereceu de Artur Xexéo na revista Veja a seguinte observação: "Suas imagens são confusas, fragmentadas, mas ele as transmite com tanta determinação que acaba convencendo o ouvinte de seu sentido poético". Zé procurava uma música que caracterizasse esse terceiro trabalho, encontrando-a na própria forma de um LP de vinil, uma lâmina. A letra penetra na solidão e na tristeza "dos que vivem calados, pendurados no tempo", os miseráveis que vivem debaixo de pontes, em guetos, dormem sob jornais ou em caixas de papelão. O original era uma balada lenta, e agora ressurge como um balão, destacando a sanfona de Dominguinhos com um interlúdio que não existia. Numa das noites em que foi assistir ao saudoso João do Vale em seu Forró Forrado, no Rio, Zé se surpreendeu com a versão de sanfona, zabumba e triângulo para sua balada. Agora teve a oportunidade de dar à Terceira Lâmina a mesma ótica rítmica do trio nordestino daquela noite.

Eternas Ondas
Como muitos compositores brasileiros, Zé Ramalho também fez uma música para ser gravada por Roberto Carlos. Apresentou-lhe pessoalmente Eternas Ondas num passeio pelo iate Lady Laura por volta de 1980; ela, porém, não foi incluída no disco. Sem se desapontar inteiramente, Zé mostrou a canção para Fagner que a gravou na versão considerada definitiva, detonando um sucesso em seu disco Vento Forte. Foi também gravada por Ray Coniff. O tema, de cunho bíblico, cita o grande dilúvio e a inexorável força da natureza diante da frágil vida humana.


Garoto de Aluguel
Faz parte de seu segundo disco, A Peleja do Diabo com o Dono do Céu e ressurge em forma de balada. A comercialização do sexo, uma experiência vivida brevemente por Zé no Rio de Janeiro em meados dos anos 70, quando batalhava para sobreviver à penúria, resultou nessa canção, que acabou surpreendendo-o ao ser adotada por muitos gays e homossexuais em geral. Já foi gravada por Carmem Costa numa produção de Ricardo Cravo Albin, e mais recentemente por Belchior, em versões até mais conhecidas que a do autor. A nova levada foi influenciada pelo som das guitarras em Hotel Califórnia (1976) do grupo The Eagles.


Táxi Lunar
Geraldo Azevedo - que participa desta faixa - fez a música logo depois de chegar ao Rio de Janeiro quando ainda gravava seu primeiro disco. A letra foi dividida entre Zé e Alceu. O verso "Um táxi pra estação lunar" surgiu dos fonemas com que Geraldinho sonorizava a canção ainda sem letra, Tá-cum-tim-tum-tá-tim-cum-rá-cum-tê-rê-tax-pá. Zé fez o primeiro bloco e o refrão, Alceu, os outros 2 blocos. Provavelmente a única parceria dos 3, que se encontravam nessa época em casas de amigos e agora estão novamente juntos no show e no disco Grande Encontro. É uma canção abstrata, lisérgica e faz parte da linha que agrada aos malucos que gostam de viajar com as imagens sugeridas pela letra. Foi gravada por Zé no disco Orquídea Negra (1983), portanto posteriormente à de Geraldo em 1979.

Kryptônia
O título poderia remeter-nos ao Super-Homem, mas a letra se encaixa na área da mitologia grega, presente em sua obra. Sob a influência das histórias em quadrinhos, foi criado um verdadeiro delírio, um alucinante diálogo de severa advertência entre uma entidade superior e um ser terreno. A alusão do cometa se espatifando propicia as sonoridades espaciais que se ouvem no final. A forma de ressaltar propositadamente construções proparoxítonas (dé-ci-mo-sex-to ou dí-ssi-mu-la-ria ou cá-la-te-bo-ca) é bem um produto da educação rígida e da sólida bise gramatical que Zé Ramalho pôde ter na infância, quando estudou num colégio marista.

Frevo Mulher
O marcante riff na gravação original de Frevo Mulher, que fechava seu segundo disco, não está presente nesta versão do agalopado, que zoneou nossas rádios ao final de 1979. Um novo riff de Robertinho de Recife e o clima de feira marroquina, obtido com o som de urna flauta árabe, citara e os talking drums, remetem à sonoridade moura, que tanto Zé como Alceu Valença conhecem de longa data. Frevo Mulher termina num batuque contagiante. Foi feito para a cantora Amelinha, entre 1978 e 79, que o gravou no seu segundo LP (1979) e nasceu num quarto do hotel Plaza do Rio de Janeiro. Nessa mesma noite, no início do romance entre ambos, Zé criou também Galope Rasante. O agalopado de compasso binário é produto de urna alquimia de frevo com forro, urna temperança idealizada por Zé Ramalho com esses 2 ritmos das festas juninas no Nordeste. Apesar das previsões desanimadoras do então diretor da gravadora de Amelinha, Frevo Mulher começou paulatinamente a ser executada nas academias de ginástica do Rio, logo depois pelos Deejays do Dancing Days no morro da Urca e em conseqüência, solicitada por telefone às rádios. Causou verdadeiro furor, provocando até a rápida edição de um compacto simples para atender à demanda e consagrar Amelinha. Segundo Caetano Veloso, o Carnaval da Bahia tomou novo rumo depois de Frevo Mulher. Seu festivo ritmo alucinante também inspirou o produtor deste álbum, Robertinho de Recife, em seu Elefante, sucesso de 1981.

Banquete dos Signos
Inspirado no título O banquete dos signos nas pegadas de Zé Ramalho, uma crítica de José Nêumane Pinto para a revista Som Três em outubro de 1979, Zé fez rapidamente a música encomendada por Elba Ramalho para seu segundo disco, Capim do Vale. Um sucesso com Elba, um clássico na obra do autor, trata de lembranças puras e juvenis de ambos, no interior da Paraíba. Agora recebe um tratamento especial da sanfona de Dominguinhos.

Força Verde
Foi a balada de grande repercussão em 1982, com acusação de plágio de urna poesia do irlandês William B. Yeats publicada na revista O Incrível Hulk. O caso abalou profundamente a carreira de Zé Ramalho, gerando um grande trauma e, consequentemente, fortes motivos para fazer parte de sua antologia. De certa forma essa letra preconizou o que iria acontecer com o grupo Blitz e sua ligação corn a literatura das historias em quadrinhos.

Admirável Gado Novo
Nasceu no Rio de Janeiro, na época da ralação, quando a fome poderia ser considerada uma inesgotável fonte de inspiração, como de fato ocorreu; esse foi um fértil período de criações. As cidades de São Paulo, onde fez sua primeira tentativa de ficar no Sul, e o Rio de Janeiro, onde acabou ficando, lhe deram a idéia de fazer despretensiosamente essa canção, associada ao título do livro de Aldous Huxley Admirável Mundo Novo. Foi lançada no teatro Tereza Raquel do Rio, no show de lançamento de seu primeiro LP, quando só tinha 10 músicas para cantar, as do disco e Admirável Gado Novo. A reação da platéia às primeiras apresentações deixou-o assustado e desconfiado que poderia ser um sucesso. Quando o segundo disco veio à tona, a versão simplificada de palco, com voz e violão, já era razoavelmente conhecida. O arranjo original, do próprio Zé e cordas (de Paulo Machado), destacando o sax-tenor de Nivaldo Ornellas, tornou-se um clássico na música brasileira, tipo Take the A Train com Duke Ellington. Duke regravou-o em arranjos diferentes e Zé também o fez. Assim, a deste álbum destina-se a uma versão cult, com Dominguinhos fazendo a condução, e o coro final no refrão Eh, ôh, ôh vida de gado / Povo marcado êh / Povo feliz, e que levou essa música a puxar as vendas da trilha sonora da novela Rei do Gado.

Galope Rasante
Feita na mesma noite em que foi composto o Frevo Mulher, fez sucesso na gravação de Amelinha e é uma das preferidas de Sivuca e Glorinha Gadelha, tendo especial destaque o verso É noite que vai chegar. Zé gravou o galope em seu terceiro disco, descrevendo-o como uma celebração dos mistérios da natureza. Nos desafios de cantadores, o galope é um dos vários martelos com versos decassílabos. A nova introdução tem um ponteado de violas (Robetinho e Zé), seguido da sanfona de Dominguinhos.

Bicho de 7 Cabeças
A única faixa instrumental do álbum é essa música também gravada sem letra no primeiro disco de Zê, com o parceiro Geraldo e Arnaldo Brandão nos violões, além do então percussionista Bezerra da Silva. Foi mantido o andamento de samba-choro, que reflete o prazer dos 2 instrumentistas que são originalmente Zé e Geraldinho. Contudo, deu-se agora uma atmosfera flamenca. Feita na mesma época de Táxi Lunar, seu título inicial era Dezesseis Cordas, a soma das 10 cordas da viola (Zé) e das 6 do violão (Geraldinho). O novo título surgiu quando Renato Rocha fez a letra, que seria gravada em 1979 por Geraldo Azevedo.

Mulher Nova, Bonita e Carinhosa Faz o Homem Gemer sem Sentir Dor
Cantadores e repentistas da região Pajeú das Flores em Pernambuco, os 3 irmãos, Lourival (já falecido), Otacilio e Dimas Batista formam a trindade do Pajeú. Otacilio (São José do Egito, 1923), autor de vários cordéis e livros de poemas, havia gravado sua cantoria na Rozenblit, quando Zé propôs musicar mais livremente seus versos, o que foi aceito. Foi Amelinha que a gravou em 1982, puxando seu disco, ampliando o sucesso e sendo escolhida como tema do especial Lampião e Maria Bonita, da Rede Globo. Nesta - gravação, além de Dominguinhos com uma emocionante introdução, destaca-se a participação de Roberta Little, filha de Robertinho de Recife. Ao lado de Força Verde, representa os marcos que envolveram Zé Ramalho em acusações de plágio nesses 20 anos. Nada mais existe. Em grande paz, Zé revisita as duas músicas, realinhadas para as futuras gerações.

Pepitas de Fogo
Uma das faixas do disco Força Verde de 1982, foi também gravada pelo grupo Flor de Cactus do Rio Grande do Norte. Lembranças infantis dos redemoinhos de vento, missas de sétimo dia, os passeios pela fazenda, conduzidos por José Alves Ramalho, seu avôhai, mostrando-lhe as riquezas minerais, inspiraram Zé Ramalho - José Alves Ramalho Neto - nessa composição. Tratada agora com vestimenta latina que inclui tambores das Caribean Steel Bands, procura dar um sabor diferente da original e identificar o continente americano.

Jardim das Acácias II
É uma homenagem à capital da Paraíba, João Pessoa. Na cidade das acácias, uma das mais arborizadas do Brasil, onde Zé teve sua formação musical desde os 14 anos, seus shows são iniciados com essa canção sem refrão, conhecida e cantada pelos paraibanos em coro. A letra se refere a uma pessoa isolada na cidade onde vive, o que combina com habitantes de outras cidades como São Paulo, onde também costuma ser cantada pela platéia. A citação de A Day in the Life é uma homenagem a John Lennon, representando os 4 Beatles e até os Stones, pela sua importância na formação de Zé Ramalho.

Batendo na Porta do Céu
O arremate dessa antologia musical da obra de Zé Ramalho é sua fiel versão de Knocking on Heaven's Door, de Bob Dylan, a quem se sente ligado desde o início de carreira. Assistindo ao show de Alceu Valença Vou danado pra Catende, onde ele tocava violão, Nelson Motta comentou n'O Globo em agosto de 1975 que "o trabalho de Zé Ramalho é um inacreditável blending dos blues arrastados de Bob Dylan com as linguagens de cordel dos cantadores de feira, dos contadores de estórias sem nome e sem lugar, dos observadores da vida e das pessoas". Não é a primeira vez que Zé demonstra sua admiração por Bob Dylan. Anteriormente já havia vertido Hurricane, que virou Frevoador, além de ter gravado Mr. Tambourine Man com Renato e Seus Blue Caps, um de seus ídolos na juventude, a ponto de influenciá-lo ao optar pela carreira de cantor. Nesta versão, ele procura dar a mensagem de arrependimento de quem errou, faz um exame de consciência, merecendo, como na Bíblia, as benesses do céu. Zé foi criando essa versão durante as passagens de som dos 15 dias em que o show O Grande Encontro foi apresentado no Canecão.

Fonte: Site Oficial

Site oficial: www.zeramalho.com.br

Outros discos do artista já foram publicados aqui no blog (ache eles AQUI).

Prévia:

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