Artista: Brazilian Octopus
Disco: Brazilian OctopusAno: 1969
Esta edição: 1969 (Edição original em LP)
Gravadora: Fermata (Edição original)
Estilo: MPB, Jazz
Tempo total: 29:30
Formato: MP3 320k (+ capas)
Faixas:
01. Gamboa - 3:35
02. Rhodosando - 1:38
03. Canção Latina - 2:29
04. Pavane - 2:35
05. As Borboletas - 2:49
06. Momento B/8 - 2:04
07. Summer Hill - 2:00
08. Gosto De Ser Como Sou - 2:02
09. Chayê - 3:32
10. Canção De Fim De Tarde - 1:33
11. O Pássaro - 2:38
12. Casa Forte - 2:29
Um pouco da história:
O polvo é um dos animais mais fascinantes dos nossos misteriosos e pouco explorados oceanos, ele tem um corpo mole, sem um esqueleto interno, tem a capacidade de se camuflar, de se recuperar após auto-mutilação, além de jogar tinta com o objetivo de confundir seus predadores. O polvo, no entanto, tem oito braços muito fortes, que causam pavor em suas presas devido a toda a sua elasticidade e capacidade de destruição.
O “Brazilian Octopus” no entanto, se diferencia de algumas maneiras do animal que referencia em seu nome. Enquanto todos seus braços representavam uma força, como o multinstrumentismo de Hermeto Pascoal (seu membro mais conhecido popularmente), ou os dedos rápidos do grande pianista da bossa nova Cido Bianchi. Ele se distancia do polvo, por possuir um som encorpado, que flui de maneira concreta, bem diferente da maneira com que o polvo se locomove pelas águas.
Deu pra perceber, tendo citado apenas dois dos nomes dos artistas que participavam do conjunto, que se trata de uma espécie de super-grupo. Isso tendo, além de Hermeto e Cido, a participação de artistas como Nilson da Matta, Lanny Gordin e Olmir Alemão Stocker. Esses grandes artistas, se juntaram nesse único projeto como esforço de uma empresa do ramo têxtil, a Rhodia, que convocou os artistas para participarem de desfiles conceituais da marca, tocando sua bossa nova vanguardista.
A música do Brazilian Octopus apresenta um caráter estilístico que se relaciona à cultura brasileira, acrescentando elementos de música africana, da tropicália, do choro e do samba, ao jazz americano. Essa é a grande força, inclusive, do gênero bossa, a capacidade de unir elementos tão caracteristicamente brasileiros, ao jazz. Vindo daí a denominação, que é mal vista por aqui mas eu acredito ser bastante válida, de “brazilian jazz”.
O disco “Brazilian Octopus”, foi durante muito tempo uma pérola escondida na discografia desses grandes artistas. Apesar de sua influência na época, principalmente no meio musical, o grupo não acabou alcançando uma popularidade muito grande. Seus produtores até tentaram levar o som do banda para uma pegada mais popular, mas alguns dos músicos buscavam se distanciar dessa falta de eruditismo.
No entanto, depois de um bom tempo, o álbum passou a ser tratado como um grande clássico da música brasileira, não só pelos grandes músicos que fizeram parte de sua produção, mas também pela grande influência que causou em nossos artistas na época.
Após algumas décadas, com pouquíssimos discos em circulação, também se tornou um clássico de colecionador custando centenas de reais em algumas lojas especializadas, até que a Polysom à pouco mais de um ano relançou o disco em sua coleção “Clássicos do Vinil”, reascendendo a existência da banda e trazendo novos interessados em seu som.
Esse tipo de som, instrumental, experimental, progressivo está muito em falta no nosso cenário musical brasileiro. Hermeto depois de décadas e mais décadas, continua sendo o principal nome a explorar esse estilo, ouvir “Brazilian Octopus” me faz acreditar que há a possibilidade de revolucionar a produção musical brasileira, partindo dele como principal influência. Sigo esperando.
Fonte: Medium
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1 Comentários
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