Disco: Convite Para Ouvir Maysa
Ano: 1957
Esta edição: 2016 (Re-edição em CD)
Gravadora: RGE (Edição original) / Som Livre (Esta Re-edição)
Estilo: Samba
Tempo total: 24:15
Formato: MP3 320k (+ scans)
Faixas:
01. Marcada - 3:19
02. Não Vou Querer - 2:59
03. Agonia - 2:34
04. Quando Nem A Saudade - 2:26
05. Tarde Triste - 3:07
06. Resposta - 3:21
07. Rindo De Mim - 3:11
08. Adeus - 3:13
Um pouco da história:
Maysa Figueira Monjardim, mais conhecida como Maysa Matarazzo e também mais simplesmente como Maysa (Rio de Janeiro, 6 de junho de 1936 — Niterói, 22 de janeiro de 1977), foi uma consagrada cantora, compositora, instrumentista e atriz brasileira.
Maysa nasceu numa família tradicional do Espírito Santo. Era filha de Alcebíades Guaraná Monjardim, e Inah Figueira Monjardim, e possuía um único irmão. A cantora era neta do barão de Monjardim, que foi presidente da província do Espírito Santo por cinco vezes, e bisneta do comendador José Francisco de Andrade e Almeida Monjardim, que presidiu a província do Espírito Santo por treze vezes, e que foi membro da junta governativa capixaba de 1822-1824. Sua família, os Monjardim, eram donos da histórica Fazenda Jucutuquara, em Vitória, Espírito Santo. A sede da fazenda, hoje é o Museu Solar Monjardim, no bairro Jucutuquara, em Vitória. A fazenda era propriedade do capitão-mor Francisco Pinto Homem de Azevedo, trisavô de Maysa. A filha e herdeira do capitão-mor Francisco Pinto Homem de Azevedo, Ana Francisca Maria da Penha Benedito Homem de Azevedo, casou-se com o comendador José Francisco de Andrade e Almeida Monjardim, passando a fazenda a ser propriedade da família Monjardim.
Nascida e criada em uma mansão no tradicional bairro carioca de Botafogo, em 1947 a família mudou-se para Bauru, no interior paulista, devido a transferência de posto de trabalho de seu pai. Posteriormente, em 1950, mudaram-se para a Cidade de São Paulo, onde Maysa estudou, na adolescência, no tradicional colégio paulistano Assunção, no Ginásio Ofélia Fonseca, e, contra sua vontade, foi enviada aos sete anos de idade por seus pais para estudar no colégio interno de freiras Sacré-Cœur de Marie, em Paris, onde toda menina de família rica e tradicional deveria estudar para ter um bom currículo, só tendo voltado ao Brasil aos 11 anos, quando sua família saiu do Rio para Bauru.
Desde criança sonhava em ser cantora. Se apresentava cantando e tocando violão apenas para os familiares. Com aptidão natural para a música, só estudou canto para se aperfeiçoar. Era uma jovem afrente de seu tempo. Gostava de beber e fumar em público, além de usar cabelos curtos e calças, hábitos masculinos na época, o que causava atritos familiares. Apesar disto, era extremamente vaidosa, e romântica, gostando de escrever, além de músicas, poemas e cartas de amor. Casou-se aos dezoito anos em uma grande cerimônia na Igreja da Sé com seu noivo, o empresário André Matarazzo, amigo de sua família há muitos anos, e dezessete anos mais velho que a cantora, por quem ela era secretamente apaixonada desde adolescente. Após o matrimônio, passou a assinar Maysa Monjardim Matarazzo. Seu marido era membro do importante ramo ítalo-brasileiro da família Matarazzo, donos de uma fortuna bilionária e das Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo - durante décadas o maior complexo industrial da América Latina. Com pouco tempo de casados, nasceu Jayme Monjardim Matarazzo, diretor de cinema e telenovelas.
Desquitou-se do marido em 1957: Ele não aceitava a vocação de cantora da esposa, não apoiando seu sonho, dizendo que uma Matarazzo era dona de casa e não trabalhava, muito menos na noite. Não suportando as humilhações do marido, e por não se dar bem com sua sogra, optou por sair de casa. Havia muito preconceito com atrizes e cantoras na época, sendo julgadas de vulgares e mulheres que não eram de família. Mesmo sofrendo por amar o marido, não teve medo de correr riscos e enfrentar preconceitos, e decidiu seguir sua vontade e saiu de casa com o filho, indo morar novamente com seus pais, um grande escândalo para aquela época conservadora. Após o desquite, voltou a usar seu sobrenome de solteira, Figueira Monjardim, ficando furiosa quando havia alguma matéria jornalística que ligasse seu nome ao sobrenome Matarazzo, de quem não quis nada, nem pensão para se manter.
Com apenas um disco gravado, seu repertório foi um sucesso, recebendo convites para shows em todo o mundo. Seu disco vendeu milhares de cópias e o sucesso bateu a sua porta, porém, isto pesou na criação de Jayme, seu filho. Maysa teve que escolher entre o filho e a carreira. Para lhe dar um futuro melhor, optou pela carreira, e seu filho passou parte de sua infância sendo criado pelo pai e por sua nova esposa.
Convite para Ouvir Maysa é o álbum de estreia gravado pela cantora brasileira Maysa. Em 1998 a gravadora RGE relança o álbum em CD, que incluía "Ouça", "O Quê", "Voltei" e "Vem Comigo", músicas dos próximos álbuns. Em 2006 a Som Livre lançou um CD da coleção RGE Clássicos contendo este e o segundo álbum da cantora.
Tudo começou em 1956, quando Alcebíades Monjardim, pai de Maysa, convidou Zezinho e Côrte-Real, após uma noitada na boate Oásis, para passar em sua casa e escutar sua filha cantar. Admirado com o talento da moça, Côrte-Real, que havia apresentado o cantor Roberto Carlos mais tarde ao Brasil, a propôs a gravar um disco. O álbum que seria gravado após o nascimento do filho de Maysa, por exigência de André Matarazzo, seu marido, não apresentaria na capa a foto dela. No lugar apareciam orquídeas orvalhadas sobre um cartão com o “Convite Para Ouvir Maysa”. Outra exigência de André era que Maysa não se apresentasse como cantora profissional e que todos os lucros que o álbum rendesse fossem doados ao Hospital do Câncer. Tudo isso por que naquela época cantoras de rádio não eram bem vistas pela sociedade e André não queria que o nome da sua família sujasse-se.
O Convite Para Ouvir Maysa traz oito samba-canções, todos compostos por Maysa. “Adeus”, inclusive, foi composta quando ela tinha apenas 12 anos de idade. “Marcada”, a primeira música do álbum, introduz o pessimismo, uma característica que aparece com freqüência em canções de toda a sua carreira. “Tarde Triste” e a autobiográfica “Resposta” tornaram-se sucessos da cantora. Os arranjos do disco foram feitos pelo maestro Rafael Puglielli.
As canções “Adeus” e “Resposta” também foram lançadas em um disco 78 rpm no ano seguinte. Também em 1957, “Tarde Triste” apareceria junto com “Se Todos Fossem Iguais A Você” e “Não Vou Querer” acompanhada por “Felicidade Infeliz” em outros 78rpm. Quatro anos mais tarde a triste “Rindo de Mim” foi incluída no compacto duplo Adorável Maysa, junto com outras três canções da época.
Fonte: Wikipedia
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