Lobão - 2001 Uma Odisséia No Universo Paralelo (2002)


Artista: Lobão
Disco: 2001 Uma Odisséia No Universo Paralelo
Ano: 2002
Esta edição: 2001 (Edição original em CD)
Gravadora: Universo Paralelo (Edição original)
Estilo: Pop Rock, Eletrônico, Rock Alternativo
Tempo total: 61:46
Formato: MP3 320k (+ capas)

Faixas:
01. Universo Paralelo - 5:39
02. A Noite - 4:06
03. Tão Menina - 4:18
04. O Grito - 4:02
05. Decadence Avec Elegance - 3:02
06. El Desdichado - 4:40
07. Noite Dia - Me Chama - 5:32
08. Sozinha Minha - 3:48
09. Lullaby - 3:39
10. A Vida É Doce - 5:23
11. Panamericana - 3:10
12. Samba Da Caixa Preta - 3:36
13. Mano Caetano - 3:57
14. Rádio Blá - 3:37
15. Vida Bandida (Bis) - 3:11

Um pouco da história:
Lobão, nome artístico de João Luiz Woerdenbag Filho (Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1957) é um cantor, compositor, escritor, multi-instrumentista, editor de revista e apresentador de televisão. Sua carreira musical é marcada por grandes parcerias; compôs sucessos como "Me Chama", canção muito famosa na voz de vários intérpretes, que ficou na 47ª posição das maiores músicas brasileiras, segundo a Rolling stone, e "Vida Louca Vida", conhecida na voz de Cazuza. Apesar de ter surgido e conseguido sucesso no ambiente marginal e underground do rock brasileiro nos anos 1980, Lobão vem dialogando com diversos gêneros, como o samba, ao longo de sua carreira. Em 1988, por exemplo, o disco Cuidado! contou com a participação da percussão da Estação Primeira de Mangueira.

Sua carreira começou aos dezessete anos, depois de sair de casa para se tornar músico profissional. Participou de uma peça teatral e em seguida entrou para a banda Vímana, da qual também faziam parte Lulu Santos, Ritchie, Luis Paulo e Fernando Gama. Três anos depois, com o fim do grupo, Lobão seguiu sua carreira de baterista, tocando com Luiz Melodia, Walter Franco e Marina Lima. Fundou a banda Blitz com Evandro Mesquita, Fernanda Abreu e outros, mas por divergências ideológicas, saiu do grupo antes mesmo do sucesso comercial. Foi Lobão quem deu o nome à banda, às vésperas de um show, após uma indecisão do grupo.


2001: Uma Odisséia no Universo Paralelo é um disco ao vivo de 2002 do músico Lobão produzido por Carlos Trilha.

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Crítico implacável da MPB domiciliado dentro da própria MPB, Lobão, 44, viverá dias de vidraça na segunda quinzena deste mês, quando despejar nas bancas de jornal, em esquema independente, 50 mil cópias de seu novo CD.
"Lobão 2001 - Uma Odisséia no Universo Paralelo" é um disco ao vivo, quase todo feito de regravações, embora inclua poucos de seus hits dos anos 80 e prefira privilegiar músicas dos discos "Noite" (98) e "A Vida É Doce" (99).
Lobão costuma criticar esse esquema caça-níqueis de fazer música, que andou lotando o mercado no final dos anos 90. Diz que não há contradição em adotar o formato e que, mesmo lançando o seu, continuará a criticar a peste dos álbuns ao vivo.
Na entrevista a seguir, o ex-baterista, compositor e cantor carioca, que investe em aprender a tocar guitarra e volta ao peso e à sujeira do rock'n'roll, enumera razões para regravar sucessos e não-sucessos, compara-se a João Gilberto e diz que não é do contra.
"2001" EM 2002 - "O disco devia sair em setembro, mas houve o fator Bin Laden, e ele ficou para dezembro. Aí as editoras de algumas das músicas do disco entraram em férias sem assinar as autorizações. Os discos já estão na mão, numerados, mas achamos por bem não botar nas bancas à revelia. Devem sair na segunda quinzena de janeiro."
GUITARRISTA? - "Agora aprendi a tocar guitarra, um instrumento que nunca toquei antes. Tinha certa relutância, sou um cara preguiçoso, tenho problemas com equipamentos tecnológicos. Me expus a vexames para poder realizar o disco. O maior de todos foi no festival Abril pro Rock, em que me atrapalhei, fiquei sem saber que botão apertar. Foi um horror, achei que ia acabar minha carreira, fiquei com muita vergonha. Agora sei que estou tocando melhor. Esse disco sujo e pesado retifica uma coisa que era nebulosa: todo mundo pensava que quando eu fazia um samba estava querendo me redimir do rock. Fiz um CD de rock, e não foi de graça. Esse sou eu."
AO VIVO - "Tenho, mais que ninguém, razões para fazer um disco ao vivo, mesmo sendo alguém que critica muito o formato. Tenho meu ritmo próprio, passei dez anos curtindo com a cara desses babacas e só fazendo disco inédito. Um inédito agora seria um risco enorme no sentido comercial e empresarial. Ia fazer mais 11 músicas para ficarem num circuito restrito, não tocarem no rádio? Sou um homem público, quero fazer jus a isso."
RIDÍCULO - "Acho ridícula essa coisa de disco ao vivo, e não existe contradição entre fazer e continuar criticando. Meu disco ao vivo é legítimo, mas essa profusão de discos ao vivo é uma porcariada. Não tem sentido fazer e vender a R$ 30, R$ 50. O meu custa R$ 11,90. Disco realmente ao vivo é barato, mas fazem discos todos maquiados, de bandas que nem sabem tocar ao vivo."
SEM VELHOS HITS - "Gravei vários, mas tirei "Canos Silenciosos", "A Queda", "Vida, Louca Vida"... Não tivemos tempo para gravar, e essas ficaram muito aquém. "Vida, Louca Vida" me pareceu Bon Jovi, fiquei com vergonha. "A Queda" estava indigente. Havia um medley legal de "Mal Nenhum" e "Moonlight Paranóia", mas o CD é todo pesado, não ficaria homogêneo se entrasse. "Decadence avec Elegance" ficou bonita, "Rádio Blá" está engraçada. Quero mostrar meu passado, mas com certeza não vou regravar meus grandes sucessos."
TOCAR NO RÁDIO - "Quando George Harrison morreu, vi uma entrevista dele dizendo que se escondeu porque era frustrante ir para o estúdio, gravar e não ouvir no rádio depois. Dizem que estou sumido, mas nunca fiz tanta coisa quanto nos anos 90. Este é um disco de rock'n'roll pauleira, e não há nada de rock atualmente no Brasil, a não ser o do Ira! e o do Charlie Brown Jr.. As rádios de perfil rock estão constrangidíssimas, vão acabar obrigadas a tocar sem jabá. Digo: "Não sabem que antigamente era assim, que radialista pegava o disco e tocava, simplesmente?"."
MPB - "Tiro minha sonoridade dos interstícios da música brasileira. Há uma prosódia brasileira anexada a cada música do disco, o arranjo de "A Noite" cita o axé. Jorge Ben e Nelson Cavaquinho são rock'n'roll. Iron Maiden é tudo, menos rock'n'roll. Quando todo mundo estiver cantando alto, provavelmente vou estar tocando harpa paraguaia. Agora estou a fim de fazer barulho. Estou ficando velho, acho que é meu último lampejo de juventude."
JOÃO GILBERTO - "Eu sou o João Gilberto de agora. Meu disco é totalmente inspirado nele. Estou para João Gilberto assim como ele está para Orlando Silva. É como se fosse um cara cantando e outro tocando guitarra, e isso é João Gilberto. Estou a fim de produzir João Gilberto, de fazer um disco de gente grande com ele."
O CANTOR - "Não sinto falta de fôlego, não tenho problema de respiração. Sempre forcei minha voz. Gosto de cantar assim. Se é defeito, eu noto. Acho que estou cantando como nunca cantei."
OBJETIVOS - "Meu intuito é continuar constrangendo o mercadão, continuar criando precedentes. É o contrário do que Caetano Veloso quer fazer ao salvaguardar Wanessa Camargo. Como enxergar onde está o mal sob o semblante escuro de Sandy e Junior? Os homens de gravadoras não trabalham direito, não promovem a música popular direito, fabricam cocô, têm que ser todos demitidos. São burros, incompetentes, por meus critérios. Lançam bandas que têm que trocar de nome, de roupa, de atitude, de sonoridade. Eles não existem mais, vou acabar com eles, esse é meu plano. Os artistas têm que fazer o que gostam, isso é que é um conceito moderno."
SUPLA - "Achei ótimo o sucesso nas bancas, mas não entendi Silvio Santos dando contrato de gravadora para ele, como se Supla fosse um mendigo, um indigente. Se já conseguiu vender nas bancas, por que precisava ir bater na porta de gravadora?"
BANCAS DE JORNAL - "Nem fui o primeiro a fazer, foi Ary Toledo. Antes teve Tim Maia, teve Juca Chaves. Hoje há uma gama de artistas: Karnak, Marcelo D2, Wagner Tiso, Beth Carvalho... No Sul, vendem Falamansa e Xanddy na banca. É sensacional, mostra que a música brasileira está viva, e que a iniciativa do artista é muito bonita. Para mim, é um alívio ver que não foi um engano, embora tenham me chamado de maluco. Agora é trocar conhecimento, dizer: "Olha, rapaziada, estou aqui, se quiserem a receita do bolo". Tenho notado um carinho maior por parte de meus colegas. Naná Vasconcelos e Yamandu Costa são meus xodós atualmente."
DO CONTRA? - "A vida é uma coisa muito complicada, mas não sou um cara do contra. Ser do contra só por ser é como falar "feio, chato e burro". Se eu fosse do contra seria um reclamão, mas sou um empreendedor. Sou a favor, estou criando outra corrente. Se houvesse mais dois ou três iguais a mim, seria ótimo. Quem não tem "paudurescência" reclama que sou chato. Sou um cara sério, se não forem sérios comigo tripudio e passo como um trator."

O álbum vendeu cerca de 50 mil cópias apenas em distribuição em bancas de revista.

Fonte: Wikipedia & Folha

Site oficial: www.lobao.com.br

Outros discos da banda já foram publicados aqui no blog (ache eles AQUI).

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