Lobão - O Inferno É Fogo (1991)


Artista: Lobão
Disco: O Inferno É Fogo
Ano: 1991
Esta edição: 2016 (Edição digital)
Gravadora: BMG (Edição original)/Universal (Esta re-edição digital)
Estilo: Pop Rock
Tempo total: 37:27
Formato: MP3 320k (+ capas)

Faixas:
01. O Inferno É Fogo - 3:41
02. Bangú 1 X Polícia 0 - 3:19
03. Matou A Família E Foi Ao Cinema - 2:53
04. Perversa Distração - 3:28
05. Presidente Mauricinho - 2:57
06. Que Língua Falo Eu - 3:17
07. Jesus Não Tem Drogas No País Dos Caretas - 3:14
08. Bem Mau - 3:29
09. Sem Você Não Dá - 3:33
10. Lua Cheia - 3:36
11. Viver Ou Não - 3:55

Um pouco da história:
Lobão, nome artístico de João Luiz Woerdenbag Filho (Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1957) é um cantor, compositor, escritor, multi-instrumentista, editor de revista e apresentador de televisão. Sua carreira musical é marcada por grandes parcerias; compôs sucessos como "Me Chama", canção muito famosa na voz de vários intérpretes, que ficou na 47ª posição das maiores músicas brasileiras, segundo a Rolling stone, e "Vida Louca Vida", conhecida na voz de Cazuza. Apesar de ter surgido e conseguido sucesso no ambiente marginal e underground do rock brasileiro nos anos 1980, Lobão vem dialogando com diversos gêneros, como o samba, ao longo de sua carreira. Em 1988, por exemplo, o disco Cuidado! contou com a participação da percussão da Estação Primeira de Mangueira.

Sua carreira começou aos dezessete anos, depois de sair de casa para se tornar músico profissional. Participou de uma peça teatral e em seguida entrou para a banda Vímana, da qual também faziam parte Lulu Santos, Ritchie, Luis Paulo e Fernando Gama. Três anos depois, com o fim do grupo, Lobão seguiu sua carreira de baterista, tocando com Luiz Melodia, Walter Franco e Marina Lima. Fundou a banda Blitz com Evandro Mesquita, Fernanda Abreu e outros, mas por divergências ideológicas, saiu do grupo antes mesmo do sucesso comercial. Foi Lobão quem deu o nome à banda, às vésperas de um show, após uma indecisão do grupo.


O Inferno É Fogo é o sexto disco de estúdio do cantor Lobão, lançado em 1991. Foi também o último álbum lançado sob o contrato pela BMG, encerrando nove anos de parceria com a companhia.

Diferentemente do que aconteceu com outros álbuns, que foram registrados pelo cantor em situações adversas (como prazos curtos de gravação ou problemas com a Justiça), O Inferno é Fogo foi produzido em circunstâncias tranquilas para Lobão, a despeito do artista ter se envolvido em pelo menos dois incidentes ocorridos no início de 1991: o conturbado episódio vivido na segunda edição do festival Rock In Rio (quando foi alvejado por diversos objetos atirados pelo público) em janeiro e um acidente de trânsito que veio a sofrer pouco tempo depois. Quando entrou em estúdio para a gravação do sétimo disco, em maio, o cantor ainda sentia dores oriundas das lesões provocadas pelo acidente.

O disco a princípio se chamaria Sangue, Suor e Esperma, porém Lobão acabou descartando tal título, justificando que o mesmo era "exagerado, falsamente polêmico", em depoimento aos repórteres do Segundo Caderno do jornal O Globo, em 18 de Julho de 1991. Na mesma reportagem, o cantor revelou que estava se autoproduzindo: "Resolvi produzir o disco eu mesmo porque produtor é sempre um chato. Veja o caso do Liminha (produtor do álbum anterior do músico, Sob o Sol de Parador, de 1989), por exemplo, que é um cara que ninguém aguenta. Eles sempre querem ser mais artistas que o artista, mas são poucos os que têm alguma sensibilidade." Nem todo o repertório do LP estava pronto quando as gravações se iniciaram. "Foi o maior pau da minha vida. Fiz cerca de 15 shows por mês enquanto gravava o disco", disse à Folha de S. Paulo, em setembro do mesmo ano.

O disco teve participações do cantor e amigo Nelson Gonçalves, que gravou os versos da introdução da faixa-título, e de Jacques Morelenbaum, que elaborou os arranjos de cordas de "Perversa Distração" e de "Viver ou Não". Esta última canção também marcou o fim da parceria de Lobão com o poeta Bernardo Vilhena, autor das letras de vários sucessos do cantor na década de 1980.

O Inferno é Fogo teve como principais sucessos a balada "Sem Você Não Dá", o rock "Presidente Mauricinho" (canção direcionada ao então Presidente da República Fernando Collor de Mello) e o funk-rock "Jesus não Tem Drogas no País dos Caretas", cujo título alude ao nome do quarto álbum dos Titãs, Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas, e com uma letra que sugere ser uma versão mais sarcástica de "O papa é pop", hit da banda gaúcha Engenheiros do Hawaii (vide versos aliterativos como "e se o pop é pop mesmo/o pop te pega"). Na letra da mesma música há referências a três clássicos do rock: "Hit the Road Jack", sucesso na voz do cantor norte-americano Ray Charles, "(I Can't Get No) Satisfaction", dos Rolling Stones, e "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin.

A pintura que estampa a capa do álbum é do quadro Pecado original, do holandês Hugo van der Goes (c. 1475).

O Inferno é Fogo foi originalmente programado para ser lançado em 25 de agosto de 1991, no entanto o disco só pôde ser terminado naquele mês por atrasos na produção. Somente no final de setembro o álbum chegou às lojas. Na primeira tiragem, com quarenta mil exemplares prensados, a capa do LP veio apenas com o nome do cantor impresso sobre a pintura de van der Goes, sem o título.

No que diz respeito à recepção, o álbum despertou menor interesse de público e mídia que os lançamentos anteriores de Lobão. Seu próprio autor o elogiou naquele período: "Fiz o disco mesmo com o braço todo arrebentado. Tem arranjos de cordas, música flamenca, castanholas, rock pesado, é bem diversificado", disse à Folha de S. Paulo em janeiro de 1992, quando todos os seus álbuns pela BMG ganharam edições em CD. A crítica se dividiu em sua recepção. "O pessimismo de Lobão - rebelde cuja causa é a nadificação - torna-se exemplar no novo trabalho. Não finge. Corrói, envuduza o que encontra pela frente. [...] É um consolo em meio aos lançamentos medíocres de rock nacional das últimas semanas", elogiou Luís Antônio Giron na Folha. Em O Globo, Mauro Ferreira considerou o LP apenas mediano: "Traz bons rocks e algumas baladas agradáveis, mas indica que a fórmula 'rebeldia + energia = boas músicas' já não faz efeito como antes. [...] Dias (ainda) melhores deverão vir para o talentoso 'Lobo'.

No entanto, a turnê do disco - cujos shows traziam em seu cenário diversas tochas espalhadas, em alusão à Idade Média - foi dando lugar a apresentações acústicas ainda no primeiro semestre de 1992. Àquela altura, Lobão completava 10 anos de carreira discográfica, estudava violão clássico e raramente tocava canções do lançamento mais recente. "[...], canções como 'Presidente Mauricinho' não me dizem mais nada. [...] Estava fazendo um protesto burro. Criticar por criticar, até Hebe Camargo faz", disse ao jornal O Globo em matéria de abril daquele ano.

Estima-se que o álbum tenha vendido cerca de 50 mil cópias.

Fonte: Wikipedia

Site oficial: www.lobao.com.br

Outros discos da banda já foram publicados aqui no blog (ache eles AQUI).

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