Artista: Titãs
Disco: Jesus Não Tem Dentes No País Dos BanguelasAno: 1987
Esta edição: 2003 (Re-Edição em CD)
Gravadora: WEA / Warner Music Brasil (Edição original e re-edição)
Estilo: Rock Alternativo, Pop Rock, New Wave
Tempo total: 36:24 (com Bônus)
Formato: MP3 320k (+ scans)
Faixas:
01. Todo Mundo Quer Amor - 1:19
02. Comida - 3:55
03. O Inimigo - 2:12
04. Corações E Mentes - 3:48
05. Diversão - 5:05
06. Infelizmente - 1:33
07. Jesus Não Tem Dentes No País Dos Banguelas - 2:11
08. Mentiras - 2:10
09. Desordem - 4:02
10. Lugar Nenhum - 2:57
11. Armas Pra Lutar - 2:11
12. Nome Aos Bois - 2:06
Bônus:
13. Violência - 2:48
Um pouco da história:
Titãs é uma banda de rock brasileira formada em São Paulo, em 1982. Ativa há 32 anos, tornou-se uma das quatro maiores bandas do BRock, ao lado de Legião Urbana, Os Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho. Algumas de suas músicas de maior sucesso são "Sonífera Ilha", "Flores", "Polícia", "Família", "Comida", "O Pulso", "Go Back", "Domingo", "Enquanto Houver Sol", "Homem Primata", "Bichos Escrotos", "Cabeça Dinossauro", "Pra Dizer Adeus", "Marvin", "É preciso saber viver", "Epitáfio", "Diversão", "Porque Eu Sei Que é Amor" e "Televisão".
Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas é o quarto álbum de estúdio da banda brasileira de rock Titãs, lançado em 1987 pelo selo WEA. Bem como seu predecessor, Cabeça Dinossauro, foi produzido por Liminha e teve o uso de experimentações com música eletrônica. Sua gravação ocorreu no estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro, e durou pouco mais de dois meses. Embora com influências do funk rock, o disco não perdeu seu cunho social, tratando apenas de problemáticas diferentes das abordadas por seu antecessor.
Foi lançado em 1987, com divulgação no festival Hollywood Rock do ano seguinte, aumentando consideravelmente a popularidade da banda. Músicas como "Lugar Nenhum", "Nome aos Bois" e principalmente "Comida", que serviu de lema para protestos estudantis alcançaram notoriedade junto ao público. O disco foi um sucesso de vendas e crítica na época, e é considerado um dos melhores e mais importantes álbuns dos Titãs, sendo certificado com disco de platina duplo pela Associação Brasileira de Produtores de Disco em 1994. Em 2011, a obra foi relançada e disponibilizada para download digital no ano seguinte.
Antecedentes e produção
O último disco lançado pela banda havia sido Cabeça Dinossauro, um sucesso comercial e de público, considerado um marco do rock brasileiro. Ainda em meio ao sucesso do álbum anterior, "Lugar Nenhum", que integraria Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas, foi lançado nas rádios em outubro de 1987.
Os Titãs já tinham as músicas do disco prontas, porém aguardavam a volta do produtor Liminha, que estava em Londres trabalhando com a banda Sigue Sigue Sputnik, para começarem os trabalhos em estúdio em 20 de agosto. As gravações do disco começaram em meio a turnê de seu predecessor, ocorrendo no estúdio Nas Nuvens. Em 24 de outubro, sua mixagem havia sido concluída e o projeto foi enviado imediatamente para o corte no estúdio Town House, em Londres.
Lançamento e divulgação
O lançamento do disco ocorreu em 23 de novembro de 1987. No entanto, apenas no ano seguinte, na primeira edição do festival Hollywood Rock, a banda apresentou o álbum ao público. Os Titãs tocaram as faixas de Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas na Praça da Apoteose, em 6 de janeiro, e no Estadio do Morumbi em 13 de janeiro. A apresentação de lançamento do disco foi considerada pelo Jornal do Brasil como a melhor do evento, enquanto a Folha de S. Paulo considerou-o um "marco para o rock brasileiro". Nessa época, a popularidade dos Titãs aumentaram exponencialmente. Foi classificada como uma "titãmania" pela revista IstoÉ a fase vivida pela banda, que fazia mais shows do que os integrantes desejavam, segundo Arnaldo Antunes. Em 19 de fevereiro de 1988, o grupo fez um show de lançamento oficial do seu quarto LP, no Projeto SP, dando início a uma turnê nacional para divulgar Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas.
Estilo e temas
"No Cabeça Dinossauro, vocês demoliram com os cinco pilares da ordem social, a polícia, o Estado, a Igreja, a família e o capitalismo selvagem. Agora chegou a hora de vocês começarem a demolir as coisas de dentro. [...] Os Titãs é o que restou do rock, suas letras são o que restou de um país falido, um vice-país, vice-governado, vice-feliz, vice-versa."
— Paulo Leminski no release distribuído a imprensa
As diferenças entre este álbum e Cabeça Dinossauro, segundo Arnaldo Antunes, era que este tinha "o dado eletrônico, a bateria eletrônica, a programação". O cantor se referia ao uso de batidas eletrônicas e sintetizadores, que também foram utilizados no seu trabalho seguinte, Õ Blésq Blom. "Sgt. Peppers dos Titãs" foi como o álbum foi descrito por Luciano Borges da Folha de S. Paulo. No entanto, mesmo com a mistura de música eletrônica, o álbum teve uma sonoridade pesada tal qual seu antecessor. Embora não haja demarcação de lado um e lado dois no LP, o disco foi caracterizado por ter dois lados com sonoridades opostas: o primeiro tem predomínio da batida funk, enquanto o outro "é mais rock."
O disco foi qualificado como "difícil de entender", pois, segundo André Singer da Folha de S. Paulo, "talvez porque não seja um disco para dançar, nem só para vender e nem só protestar". Mario Cesar Carvalho, escrevendo para o mesmo jornal, notou que, diferente do disco anterior, este tratava de problemas ligados ao cotidiano, como o amor, a comida, a diversão, a desordem e a mentira. No entanto, notou os "ares de manifesto" em "Comida", declarando que o disco "é mais uma listagem poética de reivindicações urgentes".
Recepção e legado
O disco foi bem recebido pela crítica. Ele expandiu os horizontes do "claustrofóbico Cabeça Dinossauro", segundo Arthur Dapieve, que diz que a sofisticação dos arranjos e das letras não ocasionou em uma diminuição da agressividade da banda. Eduardo Rivadavia do Allmusic disse que, se tratando das críticas sociais e das estruturas não convencionais das canções, o disco superou as expectativas. Por outro lado, ele comentou que sua abrasividade calculada ficou "muito aquém" de replicar a "genialidade" do disco anterior. Devido a utilização de efeitos digitais e música eletrônica, Luciano Borges, também da Folha chamou este de "o LP nacional mais inventivo de 87." Escrevendo para o Jornal do Brasil, Luiz Carlos Mansur disse que o álbum podia ser considerado "o melhor disco produzido no Brasil em 1987".
É considerado como um dos melhores e mais importantes trabalhos dos Titãs, que estava "em seu auge criativo e de popularidade", de acordo com o Estado de S. Paulo. O mesmo jornal disse que Cabeça Dinossauro, este disco e Õ Blésq Blom "formam a melhor sequência de trabalhos da banda", enquanto a revista IstoÉ considera ele e seu antecessor "divisores de águas na carreira dos Titãs e do próprio rock nacional." Por outro lado, André Forastieri da Folha de S. Paulo considerou que o LP "pecava pela irregularidade e soava como um remake de Cabeça [Dinossauro]".
O projeto vendeu mais de 250 mil cópias, popularizando diversas canções do álbum, dentre elas "Lugar Nenhum" e "Nome aos Bois". No entanto, nenhuma delas se tornou tão popular quanto a segunda faixa do disco, "Comida", que se tornou um lema bastante utilizado em protestos estudantis da década de 1980. Em 1994, o álbum foi certificado com disco de platina duplo pela Associação Brasileira de Produtores de Disco.
Em janeiro de 2011, a Polysom relançou o álbum no formato disco de vinil de 180 gramas. O trabalho também foi incluído no catálogo da banda no iTunes, em 2012, para a comemoração de 30 anos da banda. Para o mesmo propósito, Tony Belloto considerou a possibilidade de relançar Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas, mas com a adição de material inédito.
Fonte: Wikipedia
Site oficial: www.titas.net
Outros discos da banda já foram publicados aqui no blog (ache eles AQUI).
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