Lulu Santos - Calendário (1999)


Artista: Lulu Santos
Disco: Calendário
Ano: 1999
Esta edição: 1999 (Edição original em CD)
Gravadora: BMG Ariola (Edição original)
Estilo: Pop Rock
Tempo total: 40:59
Formato:
 MP3 320k (+ scans)

Faixas:
01. Fogo De Palha - 4:05
02. Mala & Cia. - 3:21
03. Aquilo - 4:04
04. Bolado - 4:17
05. Navegadora - 4:16
06. Eu Não - 3:47
07. Paraíso Perdido - 3:40
08. Brasil Legal - 2:51
09. Nau Dos Insensatos - 2:49
10. Sábado À Noite - 3:11
11. Shani - 4:33

Um pouco da história:
Luiz Maurício Pragana dos Santos (Rio de Janeiro, 4 de maio de 1953), mais conhecido como Lulu Santos, é um cantor, compositor e guitarrista brasileiro.

Filho de pai militar, começou a tocar aos doze anos de idade, muito precoce, formando uma banda inspirada nos Beatles chamada de Cave Man. Contrariando o desejo de seu pai, de que também se tornasse militar, foge de casa antes de completar o colegial, percorrendo o Brasil com hippies. Aos dezenove anos tocava no grupo Veludo Elétrico com Fernando Gama e Paul de Castro. Um ano depois, Lulu, Ritchie e Lobão formam a banda Vímana, da qual saiu por não concordar com os rumos que a banda acabou seguindo. Uma apresentação sua com a banda no Hollywood Rock no verão de 1975, no Rio de Janeiro, pode ser vista no documentário Ritmo Alucinante. Após trabalhar como músico freelancer, Lulu Santos resolveu seguir carreira solo.


Calendário é um álbum lançado em 1999 pelo músico brasileiro Lulu Santos.

Resenha Folha de Londrina
Por Beatriz Coelho Silva

Rio, 26 (AE) - Lulu Santos não dá bola para essa história de fim de século e de milênio e, apesar disso, seu disco mais recente, o 16.º de uma carreira de 20 anos, chama-se "Calendário". Ele explica essa aparente contradição falando de astrofísica e astrologia, mas tendo o imenso cuidado de não ser pedante. "Para mim, a passagem do tempo não está ligada a essa marcação rígida e sim aos movimentos de revolução e evolução da terra", diz ele. "A precessão dos equinócios é muito mais importante do que a mera passagem do ano." De qualquer forma, ele encontra coincidências temporais neste disco.

Em primeiro lugar, volta a gravar com o produtor Liminha. Há 15 anos, os dois fizeram juntos o disco "O Ritmo do Tempo". "O interessante é que nos conhecemos há 30 anos, quando ele fazia parte dos "Mutantes" e eu começava na música", conta Lulu. "Costumo dizer que somos como os dois anéis com as sílabas Sha e Zan, que fazem a mágica quando se juntam, porque o resultado é melhor que quando estamos separados." A mágica levou seis meses para ser feita, apesar de a maioria das músicas já ter vindo pronta para o estúdio.

Para começar, Lulu tinha Aquilo, uma balada dançante, composta há um ano e meio, e o samba-exaltação "Brasil Legal", feito de encomenda para o programa homônimo de Regina Casé. As outras faixas foram surgindo no ano passado, assim como a idéia de incluir duas regravações,"Eu Não", parceria com Nelson Motta, e "Sábado à Noite", lançada pelo grupo Cidade Negra. "Sábado à Noite foi uma encomenda, mas é uma música tão legal que eu me reservei o direito de dar minha versão", explica Lulu. Ficou mais sombria, densa, mas não menos dançante. "Já Eu Não estava em "Popsambalanço", meu disco de 1989, de uma forma que não lhe fazia justiça e agora recebeu o arranjo merecido."

Sem o menor pudor o músico critica seus trabalhos anteriores, que hoje lhe soam de qualidade inferior. "É o caso do disco "Toda Forma de Amor", que eu mesmo produzi, mas hoje acho que não deviam ter permitido". Por isso, ele retomou a parceria com Liminha, amigo antigo com o qual já esteve rompido, "por tensões e cobranças acumuladas, bogagens, enfim", diz ele.

Sem claustrofobia - No fim do ano passado os dois trancaram-se no estúdio Nas Nuvens e prepararam as bases do disco. No intervalo entre Natal e réveillon, Lulu levou a fita para casa e não gostou muito do resultado. "É sempre assim, na hora a gente acha tudo genial e depois fica cansado e não gosta do que fez", conta. "Por isso, é fundamental uma pessoa de fora, porque gravar sem um parceiro fica altamente claustrofóbico."

A química deu certo porque o conteúdo do disco ficou variado, embora com a marca registrada de Lulu. Por exemplo, nos dois sambas, "Mala e Cia" e "Brasil Legal". O primeiro ficou pronto no fim do ano passado e resume um ano triste para os brasileiros, com a derrota na Copa do Mundo, o sumiço dinheiro e o aumento da corrupção. É um samba meio falado, meio cantado, em que o cantor mostra uma ginga inusitada para quem sempre fez profissão de fé de roqueiro.

"Não é bem assim, porque sempre teve samba em meus discos, mas reconheço que ficou meio príncipe Charles", brinca Lulu. "Reconheço que sou estrangeiro no samba, mas não posso escapar desta influência, como carioca do Rio Comprido (bairro da zona norte do Rio, onde moravam os sambistas do início do século)." "Brasil Legal" é classificado por Lulu como um samba lounge, numa referência à idéia que os americanos fazem da bossa nova, considerada por eles música de elevador. "Mas este é um elevador chic", ressalta.

Dificuldades - Ele conta que a grande dificuldade ao compor esta música foi encontrar coisas boas para falar do Brasil num momento de grande crise. "O País que a gente lê nos jornais não é legal, tem estruturas podres e impede o desenvolvimento do povo", opina o cantor. "Mas a música ficou boa e corresponde ao bonito programa que a Regina Casé fazia, mostrando um Brasil que não conhecemos."

Neste disco Lulu assume, pela primeira vez, que fez música para Scarlet Moon, sua mulher há 21 anos, embora hoje estejam morando em casas separadas. "A música veio prontinha para essa grande companheira", conta Lulu.

Pronto o disco, ele já prepara o show correspondente, juntando os mesmos músicos que estiveram no estúdio: Fábio Fonseca e Alex de Souza (teclados), Marçalzinho (percussão), André Rodrigues (baixo), César Faria (bateria) e PC (sax e vocal). "É claro que não vou basear o show apenas no disco "Calendário", porque tenho consciência de que o público espera ouvir as músicas que acompanharam minha carreira", admite o músico. "O que faço é chamar músicos que me façam encontrar uma alegria nova para tocar Como uma Onda, Casa e outras".

O show estréia na casa de espetáculo carioca Canecão em 1.º de julho, logo após a temporada de Milton Nascimento e antes de Maria Bethânia. Isso contraria a vontade de Lulu, que queria ficar seis semanas no Rio antes de estrear no Palace, em São Paulo, em agosto. "Queria uma temporada longa porque ainda não estou com saudade de mambembear pelo País", reclama ele. "O contato com o público é ótimo, mas o ar refrigerado dos hotéis e aviões cansam e tornam tudo igual." E é da mesmice que Lulu Santos quis fugir em "Calendário".


O disco vendeu cerca de 100 mil cópias.

Fonte: Folha de Londrina

Website oficial: www.lulusantos.com.br

Outros discos do artista já foram publicados aqui no blog (ache eles AQUI).

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