Candeia - Luz Da Inspiração (1977)


Artista: Candeia
Disco: Luz Da Inspiração
Ano: 1977
Esta edição: 2011 (Edição em CD Dose Dupla, 2 CDs)
Gravadora: Atlantic (Edição original) / Warner (Esta edição)
Estilo: Samba
Formato: MP3 320k (+ Scans)

Faixas:
01. Riquezas Do Nosso Brasil (Brasil Poderoso) - 4:02
02. Maria Madalena Da Portela - 5:08
03. Olha O Samba, Sinhá (Samba Do Roda) - 2:13
04. Vem, Menina Moça - 3:39
05. Nova Escola - 4:08
06. Já Curei Minha Dor - 2:47
07. Luz Da Inspiração - 3:39
08. Me Alucina - 3:28
09. Falso Poder (Ser Ou Não Ser) - 3:52
10. Era Quase Madrugada - 2:36
11. Cabocla Jurema - 3:17
12. Pelo Nosso Amor - 3:13

Um pouco da história:
Antônio Candeia Filho. mais conhecido como Candeia (Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1935 — Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1978), foi um sambista, cantor e compositor brasileiro.

Filho de Antonio Candeia e dona Maria, nasceu em agosto de 1935. Sambista e boêmio, o pai tocava flauta em rodas de choro e samba na década de 1930 e é considerado o idealizador das Comissões de Frente das escolas de samba. Tanto sua casa quanto a de dona Ester, ambas localizadas no bairro de Oswaldo Cruz, eram frequentadas assiduamente por sambistas, como Paulo da Portela, João da Gente, Dino do Violão, Claudionor Cruz, Cumpadi Cambé, Zé da Fome, Luperce Miranda. Dessas reuniões, acabou nascendo um bloco carnavalesco que teve vários nomes até chegar a "Bloco Vai Como Pode". Desde os seis anos, Candeia frequentava esses encontros e, mais tarde, também participava das rodas musicais. Ainda jovem, aprendeu violão e cavaquinho, começou a jogar capoeira e a costumava ir a terreiros de candomblé. Como integrante da escola de samba Vai Como Pode, ele participou do núcleo original de sambistas que fundou a Portela.

Em 1953, Candeia compôs seu primeiro samba para a nova escola de samba, "Seis datas magnas", em parceria com Altair Marinho, que conseguiu a nota máxima do júri, um fato inédito até então. Venceu outras quatro seletivas de samba da Portela: "Festas juninas em fevereiro" (1955) e "Legados de Dom João VI" (1957), ambos em parceria com Waldir 59, "Rio, capital eterna do samba" e "Histórias e tradições do Rio quatrocentão".

No início da década de 1960, Candeia ingressou na Polícia Civil, assumindo o cargo de investigador. Ganhou fama como policial enérgico e truculento, principalmente com prostitutas e malandros, e chegou mesmo a receber vários prêmios por sua atuação na corporação. Sem abandonar o samba, dirigiu o conjunto Mensageiros do Samba, ao lado de Picolino e Casquinha, que realizou suas primeiras no bar Zicartola e, mais tarde, em 1964, teve lançado um LP.


No entanto, sua carreira como policial terminou de modo trágico em dia 13 de dezembro de 1965. Ao se envolver em uma batida de trânsito, acabou surpreendido pelo motorista que lhe desferiu cinco tiros, um deles alojou-se na medula óssea e o deixaria sem movimento nas pernas. Com a paralisia, foi obrigado a se aposentar por invalidez e passou a se locomover em cadeira de roda. A limitação física o levou a mergulhar em uma profunda depressão. Ao mesmo tempo, Candeia pôde se dedicar exclusivamente ao samba, que passaria por profundas mudanças. Segundo pessoas próximas, ele se tornou mais sensível, equilibrado e liberto, corrigindo seu caráter e enriquecendo sua obra como sambista, que atingiria maturidade de caráter lírico e social, mostrando um homem amargurado, mas que tentará resistir. Muitas de suas letras procurariam discutir sua nova condição, tendo no compor e cantar do samba o sentido e o significado de sua vida.bem como ele se dedicou a retomar o legado de seu pai através dos pagodes que comandava. Isso contribuiu para que o sambista começasse a resgatar sua auto-estima.

Em 1977, Candeia participou do álbum "Quatro grandes do samba", que contava também com Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Elton Medeiros. Também naquele ano, assinou com a gravadora estrangeira WEA, que era mais conhecida no mercado fonográfico por ser voltada a música dos Estados Unidos, fato que gerava críticas a Candeia. O sambista, no entanto, rebatia seus críticos, afirmando que jamais pensou em fazer concessões ao selo. A WEA lançou "Luz da inspiração", onde Candeia trabalhou suas reflexões sobre a identidade cultural do negro brasileiro após a abolição. Ainda em 1977, ele começou a escrever o livro "Escola de samba: a árvore que esqueceu a raiz"". Candeia pretendia escrever o livro com Paulinho da Viola mas por falta de tempo do cantor, a obra foi escrita junto com Isnard de Araújo, devido à sua participação na criação do projeto Museu Histórico da Portela. Inicialmente proposto como um levantamento histórico da escola de samba, aproveitando depoimentos de integrantes da Velha Guarda portelense, o livro aprofundou as ideias de como uma escola de samba deveria se portar, como símbolo de arte e resistência negra.

Com problemas nos rins decorrentes da sua paralisia, Candeia foi internado, mas se recusou a continuar o tratamento, alegando que não tinha tempo. Em 1978, seu livro foi finalmente lançado. Ele também conseguiu finalizar a gravação de Axé - Gente amiga do samba, o seu quinto e último álbum, considerado um dos mais importantes discos da história do Samba. Mas o sambista não viveria para ver seu lançamento. Em 14 de novembro daquele ano, ele teve uma crise aguda que o levou ao coma. O sambista foi internado no Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá. Seu estado piorou dois dias depois e Candeia morreu na manhã daquela quinta-feira por conta da infecção renal. Poucos dias depois, a WEA lançou o disco.

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Outros discos do artista já foram publicados aqui no blog (ache eles AQUI).


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1 Comentários

  1. Salve Diego, você extraiu esse album da edição Dose Dupla ? Então você tem o "Axé - Gente Amiga do Samba" ? teria como postar ele, por favor ?

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